Justiça apura se é realmente um caso de inconsistências contábeis ou se a empresa cometeu fraude

RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDOFachada da Lojas Americanas vista de lado
Passivo do grupo Americanas estaria em torno de R$ 40 bilhões.

A fase de depoimentos para a Polícia Federal sobre as chamadas inconsistências contábeis bilionárias na rede varejista Americanas começou nesta quarta-feira, 8. Vários funcionários e ex-empregado foram intimados para prestar esclarecimentos sobre a situação, anunciada no começo deste ano de 2023. De acordo com pessoas ligadas ao grupo e ouvidas pela Jovem Pan, uma ex-executiva do grupo foi interrogada na sede da PF, no Rio de Janeiro. Ela teria sido afastada após o escândalo estourar na imprensa. O ex-presidente do grupo, Sergio Rial, que assumiu o cargo este ano e logo depois deixou a posição, por causa do escândalo financeiro, teria sido interrogado em São Paulo, na CVM, no mesmo dia. O processo avalia um possível conflito de interesses. As inconsistências, que para muitos especialistas são fraudes contábeis, levaram a empresa a um processo de recuperação judicial. Os depoimentos estavam previstos para acontecer nos próximos dias, mas os advogados de defesa têm adotado a estratégia de solicitar o reagendamento das oitivas. A PF faz parte de uma força-tarefa, junto da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Ministério Público Federal, para apurar as inconsistências contábeis ou fraudes. Até o final de março, um diagnóstico preciso da situação do grupo deve ser apresentado à Justiça do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de recuperação judicial da empresa. A empresa contabiliza 9 mil credores, entre eles grandes bancos. O passivo do grupo Americanas estaria em torno de R$ 40 bilhões.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga