O plano Cingolani, elaborado pelo governo cessante, é claro: a crise energética decorrente da renúncia ao gás russo deve, antes de tudo, ser contida com a redução de consumo, que também e sobretudo interessará aos Municípios. Onde se preveja a gestão economizadora de aquecimento e iluminação urbana, bem como de estabelecimentos comerciais. Entre as muitas propostas, a de basear-se no horário de verão ao longo do ano para ter mais luz natural.

Horário de verão o ano todo: a proposta

Para neutralizar a energia cara que o Sociedade Italiana de Medicina Ambiental (Sima) apela à instauração da hora de Verão durante todo o ano, abandonando a obsoleta mudança da hora de Verão/Inverno.

“A política está a discutir o racionamento de gás para as empresas, os sábados no DAD para as escolas e a redução da duração do aquecimento a partir do próximo outono, mas esqueçam que já em 2018 o Parlamento Europeu aprovou a abolição da obrigação de mudar a hora duas vezes por ano, deixando efetivamente o vários estados livres para escolher se optam pelo horário solar ou verão – explica o presidente do SIMA, Alexandre Miani – A transição permanente para a hora de verão permitiria ganhar uma hora de luz e calor solar todos os dias e, considerando os atuais preços do gás, conduziria a uma poupança no nosso país no consumo de energia estimado em cerca de 1 bilião de euros nos primeiros dois anos sozinho”.

De olho no meio ambiente

O avanço seria efeitos benéficos também em questões climáticas. Ainda de acordo com os cálculos do Sima, a economia de energia decorrente da adoção permanente do horário de verão permitiria reduzir as emissões que alteram o clima em um total de 200.000 toneladas de CO2 por anocom consequências positivas para a saúde humana e poupança económica devido à redução da combustão de combustíveis fósseis para iluminação e aquecimento – calcula Sima.

Antes do aumento do preço do gás, a Terna havia quantificado a economia de eletricidade em 420 milhões de quilowatts-hora nos 7 meses de 2022 em que vigora o horário de verão, com um consumo de eletricidade menor em 15 anos igual a 10 bilhões de quilowatts-hora, para um total de 1,8 mil milhões de euros poupados.

“Por isso pedimos ao governo Draghi que tome de imediato esta decisão delegada aos estados nacionais pelo Parlamento Europeu, convidando os demais países da União a fazerem o mesmo”, conclui Miani.