Índice registrou crescimento de 0,84% no mês, com oito dos nove grupos pesquisados apresentando aumento nos preços

PAULO CARNEIRO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDOmaterial escolar
Reajustes anuais das matrículas das instituições de ensino foram principal fator para a alta do IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,84% em fevereiro, acumulando uma alta de 1,37% no ano. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito puxaram a alta do mês. A maior variação veio do setor de educação, que teve um aumento de preço de 6,28%. De acordo com o IBGE, a alta foi motivada pelo reajustes que comumente são realizados no início do ano letivo. Os cursos regulares subiram 7,58%, puxados por ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%). Também houve altas no ensino superior (5,22%), cursos técnicos (4,11%) e pós-graduação (3,44%). O setor que aparece em seguida com maior aumento é o de serviços de saúde e cuidados pessoais, que subiram 1,26%. O resultado foi influenciado, principalmente, pela alta de 2,80% dos itens de higiene pessoal. Preços dos produtos para pele subiram 4,54% e plano de saúde tiveram reajuste de 1,20%.  Habitação, transportes, alimentação e bebidas também sofreram alta no mês, subindo 0,82%, 0,37% e 0,16, respectivamente. Aumento na energia elétrica, no aluguel residencial, na taxa de água e esgoto, na gasolina e nas tarifas de ônibus contribuíram para o resultado. Artigos de residência cresceram 0,11% e comunicação teve aumentou 0,98%. Somente o setor de vestuário sofreu queda, com baixa de 0,24%. O movimento foi puxado por quedas nas roupas masculinas e femininas, das joias e bijuterias.

Para André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição na InvestSmart XP, a alta de preços do grupo educação já era esperada, por conta de reajustes anuais das matrículas das instituições de ensino, mas que a alta no grupo de transportes veio como uma surpresa. “É um setor que representa quase 20% da cesta de consumo das famílias. É uma componente bastante volátil do índice, influenciada por fatores que fogem ao controle do Banco Central. Por exemplo, o preço da gasolina pode ser impactado pelo aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional em função de uma guerra entre países produtores. Para o consumidor, a notícia ruim, sobretudo quando lembramos que a próxima divulgação de IPCA também mostrará o impacto da reoneração de PIS/COFINS sobre a gasolina. Reduzindo ainda mais o orçamento das famílias, que deverá se concentrar cada vez mais em itens essenciais, como alimentação, por exemplo. Apesar desse aumento ter sido acima do esperado, não deve impactar a decisão deste mês do Copom. Contudo, o resultado do IPCA refletiu no mercado, com avanço em todos os vértices da curva de juros”, avalia.