Mesmo sofrendo com falta de suprimentos, setor teve 7.625 unidades vendidas no período; demanda tem sido tão alta que os compradores têm enfrentado filas de espera nas concessionárias, de acordo com a Abeifa

Divulgação/VolvoCarro branco da Volvo estacionando e abastecendo em um ponto de recarga de bateria
Montadoras brasileiras param produção e instauram férias coletivas após desempenho abaixo do esperado na venda de veículos

Na contramão do mercado nacional, as vendas de veículos importados tiveram um crescimento de 95% no primeiro trimestre de 2023, segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa). A entidade registrou 7.625 unidades vendidas no período. Enquanto as montadoras instaladas no Brasil fecham fábricas pela queda nos emplacamentos, os importadores não conseguem atender a demanda de modelos premium no país. A busca tem sido tão alta que os compradores têm enfrentado filas de espera nas concessionárias, de acordo com João Oliveira, presidente da Abeifa. “A gente começou muito impactado com a falta de produtos. A pandemia trouxe uma interrupção global nas cadeias de produção. Isso levou muito tempo para começar a se restabelecer. A partir de agora, a gente enxerga já o setor de suprimentos melhorando um pouco. Está chegando uma maior quantidade de veículos no Brasil, o que está ajudando a atender uma demanda reprimida gigantesca. Em alguns produtos, existe uma fila de espera de mais de um ano. Este primeiro trimestre do ano, para nossas marcas de veículos premium, foi muito bom. A gente teve crescimento de 95% no volume de veículos importados e vendidos e isso está ligado à essa melhora na disponibilidade de produto e no atendimento da demanda reprimida”, afirmou.

O setor acompanha com preocupação a decisão do governo de elevar os impostos para os veículos elétricos. “Hoje, dependendo do tipo de tecnologia e da eficiência energética, os carros híbridos e elétricos têm um imposto de importação que vai de 0% a 7%. A alíquota máxima que o Brasil tem para carros que chegam de fora do Mercosul ou do México é de 35%. Então, a grande discussão com o governo é a qual limite que vai chegar. A Abeifa entende que não deveria ser 35%. Temos defendido uma alíquota máxima de 20%, alinhada com o Mercosul. E outra discussão é em qual cadência a gente vai gradualmente aumentando para chegar a esses 20% máximos, dependendo da tecnologia”, pondera João Oliveira. No ano passado, a venda de carros híbridos e elétricos atingiram recorde de quase 50 mil unidades, um aumento de 41% sobre o registrado em 2021. A expectativa para 2023 é negociar 70 mil veículos híbridos e elétricos.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos